Minha viagem para Chapada Diamantina!



Você pensa que viajar sozinha(o) não tem graça? Você pensa que é perigoso viajar sozinha(o) para Chapada Diamantina? O que uma viagem até a Chapada Diamantina pode fazer por você? Leia este relato da minha amiga Fabiana Brenda que escreve num blog de poesia e crônicas e se inspire. 

“Viajar é preciso se não a rotina te cansa”, diz a música Mar de Gente da banda o Rappa.Assimdecidi fazer uma viagem dupla, uma viagem para Chapada Diamantina ( BA) e uma viagem introspectiva com objetivo de reconectar-me com a natureza e meus valores.Esta foi minha quarta ida para Chapada,pode parecer repetitivo ir ao mesmo lugar diversas vezes,porém a sensação que tenho é que sempre que vou deixo um pouco de mim e que as vezes é preciso retornar para alinhar a mente.Das primeiras vezes que fui nos anos de 2004,2006 e 2008 tive a companhia de meu pai e uma certa ocasião de um tio.Sendo que dessa vez eu teria uma companhia que a tempos eu fazia questão de compartilhar momentos com ela, essa companhia seria EU mesma, sozinha!!


Consegui pelo site Trip advisor uma promoção de R$ 150,00 para 3 diárias em uma pousada com um nome bem peculiar, Pousada Natureza. Então, decidi ir no dia 19/08/14 para minha “expedição”.Na mochila levei um livro gentilmente emprestado por uma amiga, Vaneza Narciso, que me incentivou a fazer este passeio.O livro chama-se Presente do Mar ,da autora Anne Lindbergh, e por uma feliz coincidência relata uma viagem que ela fez sozinha para uma ilha.Me identifiquei pelo fato de também fazer uma jornada um pouco similar com a da autora,que viajou na solitude com objetivo fazer reflexões e se auto conhecer melhor.

Ao chegar na cidade de Lençóis,depois de 7 horas de viagem, fui ao encontro da Pousada que iria ser meu refugio nos próximos quatros dias.Um lugar simples e bem colorido que hospedava também turistas francês,jamaicanos e brasileiros.Após fazer meu check in, logo fui a procura de uma agencia para fazer os passeios no dia seguinte.A agencia foi a Cirtur , e os roteiros escolhidos foram Rio Mucugezinho,Poço do Diabo,Gruta da Lapa Doce,Rio Pratinha,Morro do Pai Inácio e roteiros dentro da cidade de Lençóis..

Um mergulho nas águas geladas do “Poço do Diabo”.


“Morro do Pai Inácio” a 1.120 metros de altitude,um dos principais pontos turísticos da Chapada Diamantina


“Morro do Pai Inácio” e sua vista deslumbrante.


Um maravilhoso banho nas águas cristalinas da “Gruta da Pratinha“


Pura adrenalina na tirolesa da “Gruta da Pratinha” de 85 metros, a 12 metros de altura.


“Gruta da Lapa Doce”( Terceira maior gruta do Brasil, possui cerca de 17km mapeados, mas a área visitada é de pouco mais de 850m. No seu salão principal, chega a 70m de altura)


Vista do “Morro do Camelo“



O “Rio Serrano” possui águas escuras que descem entre pedras formando piscinas naturais.



“Mirante” da Cidade de Lençóis a cerca de 565 metros de altitude em relação ao nível do mar.


Apesar de ter sido breve essa minha aventura, confesso que foi o meu presente de 2014 dado porDeus.Este momento foi algo muito especial que contribuiu e muito na minha formação como individuo, agregando experiencias únicas em minha vida!!Pude meditar na generosidade e amor de Jeová pela humanidade, o quanto ele quer nos presentear e agraciar com sua criação Perfeita.Sentir o ar puro,o vento no rosto,o cheiro de mata verde,o gosto da água gélida,sentir com os pés como cada rio e cachoeira tem um solo,um fundo diferente, enfim todas essas sensações de tranquilidade,liberdade e aventura ficarão ancoradas na minha memoria.

Também foi excelente esse breve contato que tive com pessoas de outros países, como no cafe da manhã da Pousada em que compartilhei a mesa com um grupo de jovens franceses que faziam os esforço para se comunicar comigo em português e a curiosidades deles em degustarem alimentos e frutas que não fazem parte de sua cultura .Sem falar que, fiquei intrigada ao ver que no grupo que fez os roteiros comigo tinha pessoas que nem sequer entravam nos belíssimos rios e cachoeiras,elas vieram de longe, da Alemanha, mas para elas o que importava era contemplar a paisagem, meditar e deleitar-se no silencio.

Falando em silencio, na Gruta da Lapa Doce, logo no final da trilha todas as lanternas são desligadas e todos devem ficar em silencio por 3 minutos.Paramim foi um dos meus momentos prediletos!!Em total..total escuridão dentro de uma gruta, e em pleno silencio, eu só ouvia o zumbido do ouvido e no máximo a respiração da pessoa ao meu lado,ali foi aquele momento de paz e plenitude que todo ser humano merece ter.Interessante que antes de entrar na Gruta tem o seguinte mensagem talhada em uma pedra que diz:”Quando nos deparamos com a entrada de uma caverna, somos tomados por um sentimento misto de temor e desejo, temor das trevas, do desconhecido, e desejo de encontrar ali as chaves de mistérios sequer suspeitados”.

Em nenhum momento dessa minha aventura me senti sozinha ou desprotegida,pelo contrario para todos os lados que eu olhasse eu “via” Jeová Deus através da criação,conversamos bastante,ele estava comigo.Algumas pessoas podem até dizer que viajar sozinho, sem a folia e animação dos amigos não tem graça!!Mas aprendi que podemos achar a graça das coisas em qualquer situação,quer seja acompanhado com nossa galera ou sozinho,tudo dependerá de como encaramos cada situação,e para tudo há seu momento.Aliasse tem uma companhia humana que deve ser estimada e desejada deve ser primeiramente a nossa,e é assim que começamos a nos conhecer melhor de fato, saber o que nos move,impulsiona, nossa missão.Posso afirmar francamente que foi uma enorme satisfação estar comigo mesma!!Como diz o livro de Anne Lindbergh que levei na mochila, …” começo a descobrir que só quando estou em sintonia com meu próprio centro posso entrar em sintonia com o outro.E, para mim, a melhor maneira de redescobrir meu centro,minha fonte interior, é ficar em solitude..”

Ah e qual foi a trilha sonora tanto da ida como da volta da viagem que fui escutando??A musica se chama Pavilhão de Espelhos de Roberta Sá e diz assim:

“Não, eu não me arrependi de nada
Vida voa e o tempo é outro já
Você mudou e eu também
Tô aqui só pra saber que existe saudade
Ainda bem”.

Agradeço a Fabiana Brenda por compartilhar este relato tão gostoso de ler.

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