Poucas cidades na Bahia tem um título com tanto peso como esta cidade localizada no Recôncavo Baiano e às margens do Rio Paraguaçu, um dos grandes rios da Bahia, que abastece Salvador e Região Metropolitana. Independente de qual parte do país você seja, o que o Brasil é hoje, no aspecto histórico, se deve a esta cidade. Visitar Cachoeira é viver a nossa história em seu período mais dramático, sua Independência. Neste post, vamos conhecer duas atrações: a Feira de Cachoeira e o conjunto arquitetônico da cidade.
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Praça da Aclamação |
Sair de Salvador de ônibus para encontrar meus pais em Cachoeira. Duas empresas atendem a região: Santana e Jauá. Preferi a Empresa Santana e a viagem foi tranquila. Várias paradas ao longo do caminho e dentro de 2h cheguei em Cachoeira. Desci na feira que fica logo na entrada da cidade. Muito agitação e gritaria. Clima de feira mesmo. Maravilha!
Nos encontramos e fomos correr a feira. E nesta, há de tudo um pouco:
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Acarajé delicioso... |
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A velha balança... |
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Aquela farinha, da boa! |
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Carnes e defumados para... |
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Maniçoba crua. Folha de mandioca. 2 reais cada bolinha |
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pepino orgânico |
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tem roupa também |
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Queijo coalho com manjericão ou pimenta ou orégano, mel, azeite, tudo isso na barraca do Bel |
Do outro lado da rua há artigos de palha e bares.
Quais são os dias de feira? Quarta, sexta e sábado.
Continuamos nossa caminhada pela cidade observando alguns prédios históricos e sua arquitetura. Como exemplo temos:
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Azulejos valiosos... |
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Que charme... |
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Prédio da prefeitura |
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Casa do Samba de Dona Dalva |
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Conjunto do Carmo que é do século 18, é formado pelo Convento do Carmo, a Ordem Primeira do Carmo e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo |
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Ano de 1773 |
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Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, composta de 13 mil peças que formam o maior painel de azulejos fora de Portugal. Não pude ver, pois a Igreja estava fechada. |
A famosa Praça da Aclamação foi palco de um dos maiores eventos da luta pela Independência. A cena está retratada em um quadro que você encontra no Palácio do Rio Branco, na Praça Municipal em Salvador e também na Câmara Municipal de Cachoeira. A obra foi feita por um dos maiores pintores do Brasil Império, Antônio Parreiras e curiosamente, nunca foi paga.
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Praça da Aclamação, ao fundo Casa de Câmara e Cadeia |
No meio da Praça há um poste onde encontramos 4 datas. E é neste ponto que temos uma verdadeira aula de história e repensamos a forma como ela nos foi contada:
22 de Junho de 1822- começa a luta armada pela Independência do Brasil em Cachoeira, tendo o 25 de Junho como data magna;
7 de Setembro de 1822- Dom Pedro I proclama a Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga em São Paulo;
7 de Janeiro de 1823- foi travada a Batalha de Itaparica na então província da Bahia, entre 7 de janeiro de 1823 a 9 de janeiro de 1823, entre o Exército Brasileiro e a Armada contra a Marinha e o Exército Português durante a Guerra da Independência do Brasil.
2 de Julho de 1823- data em que de fato, o Brasil de separa de Portugal, quando as tropas de resistência da Bahia, vencem as tropas portuguesas após a Batalha de Pirajá. As tropas vitoriosas entraram na cidade pela antiga Estrada das Boiadas, que mais tarde passou a ser conhecida como Estrada da Liberdade.
Daí, me pergunto: qual a data mais importante o 7 de Setembro ou o 2 de Julho?
Os historiadores afirmam: o 2 de Julho!
O primeiro foi um acontecimento aparentemente tranquilo e discreto. Um "grito" à beira de um riacho na presença de poucos. No entanto, o segundo foi sangrento e longo. E quem veio ajudar os baianos a conseguir a vitória? Ninguém. Arruinada financeiramente a Bahia consegue expulsar definitivamente as tropas portuguesas do Brasil, através dos seus heróis como: Joana Angélica, General Labatut, Maria Quitéria, Maria Felipa, João das Botas e outros.
A luta pela Independência começa no Recôncavo Baiano, continua na Bahia e se encerra na Bahia.
Reconhecer este fato, levou a presidente Dilma Rousseff a sancionar a lei número 12.819, publicada no dia 5 de junho no Diário Oficial da União (DOU), que inclui o Dois de Julho como data histórica do calendário de efemérides do Brasil. A iniciativa reforça a certeza de historiadores de que o dia da Independência da Bahia é, na verdade, o marco da Independência do país.
Estávamos em Cachoeira, dois dias após as comemorações do 2 de Julho e lá encontramos o caboclo, cultuado no candomblé como dono da terra e símbolo valente e guerreiro, tendo sua origem na figura do índio. Posteriormente se incorporou a cabocla, elemento incitador da hostilidade contra os portugueses.
Continuamos a caminhar pelas ruas da cidade até encontrar a orla, banhada pelo Rio Paraguaçu. A nossa frente, a linda São Félix, ligada a Cachoeira pela Ponte Imperial Dom Pedro II que foi inaugurada em 7 de Julho de 1865.
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Daqui partem passeios de barco pelo Rio Paraguaçu |
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A bela São Félix e suas casinhas coloridas... |
Havia uma feira de cerâmicas do município de Maragojipinho, na orla da cidade que por sinal tem uns bares tão convidativos, um dia pararemos pra curtir este local.
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Cerâmica de Maragojipinho |
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Orla de Cachoeira |
Daí, voltamos para almoçar no centro no Restaurante PQTRLV ( que nome!!) em frente a esta praça:
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Restaurante Portvl |
Após isto, seguimos para São Felix para visitar a Casa Museu de Hansen Bahia, mas infelizmente estava fechada. Mas a emoção ficou por conta de atravessarmos a Ponte Imperial. Sempre que passo por aqui, acho a maior diversão atravessar a Ponte quer seja andando ou de carro.
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Um sentido de cada vez. Espera-se os carros virem, para podermos passar... |
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Foto feita há alguns anos quando atravessamos a pé |
Depois fomos para Belém de Cachoeira que fica a uns 10 minutos de carro, sentido Santo Amaro, é só perguntar na feira que todo mundo sabe o caminho. Seguindo a BR-420, do lado direito tem um posto de gasolina e em frente tem a entrada, BA-502, para Belém de Cachoeira. Fomos conhecer o famoso licor de Tia Nén. Saboroso e barato. E é vendido o ano todo. A estrada para chegar até lá é bem ruim, bem esburacada, mas o local é tão fofo...
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Doce de genipapo: R$2,50 |
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Praça de Belém de Cachoeira |
Em Cachoeira tem o famoso licor de Roque Pinto, mas preferimos conhecer este povoado.
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Esta é a BR-420 que se encontra em bom estado de conservação |
É bom saber:
O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Cidade de Cachoeira, foi tombado pelo IPHAN sob o n° 049 do Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. A cidade foi erigida a Monumento Nacional em 18/01/1971, através do Decreto Federal n° 68.045.
O Monumenta é um programa de recuperação sustentável do patrimônio cultural edificado urbano brasileiro sob tutela federal, executado pelo Ministério da Cultura – MinC, e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, mais a contrapartida do Governo da Bahia, que beneficia 26 cidades brasileiras em todo território nacional.
Na Bahia, o Monumenta beneficia/beneficiou desde 2002 quatro cidades:Cachoeira, São Félix, Lençóis e Salvador.
Em Lençóis, Cachoeira e São Félix, o IPAC/Monumenta restaurou cerca de 80 imóveis, entre edificações de conventos, igrejas, incluindo bens móveis e integrados, monumentos, casas com usos residenciais e institucionais, cineteatro, ruas, avenidas e orlas fluviais, totalizando cerca de R$ 40 milhões investidos.
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Entrada da Cidade |
Cachoeira foi a cidade brasileira, dentre as 26 beneficiadas, que mais recebeu recursos. Dentre as obras em Cachoeira, estão a Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Monte, a Igreja Matriz, o Convento do Carmo, o Cineteatro Glória, o Quarteirão Leite Alves preparado para receber a sede do Centro de Artes Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, além das orlas de São Félix e Cachoeira.
Empresas de ônibus:
Santana ( esta possui horários mais frequentes)
Confira no Booking pousadas em Cachoeira.
E você, já conhece Cachoeira? Como foi sua experiência por lá? Deixe seu comentário abaixo.
O blog Vaneza com Z não possui parceria/ convênio com as empresas/ serviços citados no texto.
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